No dia 1º de abril descrevi um pouco sobre a terapia Neurofeedback. Hoje, vou focar essa terapia em tratamento de pessoas com TDAH.
Vou trazer esse assunto muitas vezes ao meu blog, pois tenho uma sobrinha TDAH que me tem enviado muitos artigos, livros e links que tratam desse tema.
As informações a seguir, extraí do sítio do IPDA - Instituto Paulista de Déficit de Atenção.
Neurofeedback x Ritalina
Neurofeedback é um treinamento que permite normalizar as alterações cerebrais típicas do TDAH - a hipofunção das áreas pré-frontais do córtex cerebral. O cérebro funciona através de descargas elétricas, que são a base da comunicação entre os neurônios. Estas descargas elétricas podem ser amplificadas e decodificadas por aparelhos de EEG – eletroencefalografia. Um EEG permite identificar padrões de ondas cerebrais, dentre eles a freqüência das ondas, medidas em ciclos (pulsos) por segundo. Ondas pulsando entre 16 e 21 pulsos por segundo são consideradas ondas rápidas; abaixo de 8 pulsos pos segundo são consideradas ondas lentas. A principal característica neurológica do TDAH é, então, um excesso de atividade de ondas lentas no córtex pré-frontal. O córtex pré-frontal é responsável pelas funções executivas, responsáveis pelo controle voluntário da atenção, planejamento, julgamento e tomada de decisões, auto-controle, sensibilidade a conseqüências de longo prazo e controle motor fino.
Tanto a ritalina quanto o Neurofeedback são tratamentos dirigidos à base orgânica do TDAH, hiperatividade e/ou co-morbidades. Ambos foram desenvolvidos com este objetivo - reequilibrar as disfunções orgânicas, caracterizadas mais comumente pela hipofunção das áreas frontais.
Ambos são eficazes e produzem os resultados a que se propõem. Mas há diferenças importantes: primeiro, o Neurofeedback é um tratamento completamente natural, sem contra-indicações ou efeitos colaterais desconhecidos; segundo, a ritalina é uma medicação psicotrópica, de uso extremamente controlado. Até onde se sabe, os efeitos colaterais conhecidos não são graves, mas há suspeitas que efeitos desconhecidos até o momento possam aparecer. Os efeitos do tratamento do Neurofeedaback se mantém por longo prazo, mesmo após o término do tratamento. O mesmo não ocorre com a ritalina, pois seu efeito dura apenas o período em que a droga está em ação, que envolve um período entre 4 a 6 horas. Se o tratamento é interrompido, todos os ganhos se perdem. Ou seja, o tratamento com a medicação é uma opção para a vida toda.
Comprovação científica da terapia com Neurofeedback
Em 2001, duas associações científicas internacionais - a AAPB - Applied Psychophysiology and Biofeedback e a ISNR - International Society for Neurofeedback Research - uniram-se em uma força-tarefa para definir cientificamente os padrões oficiais para avaliação eficácia do tratamento comBiofeedback e Neurofeedback. Cada tratamento recebe uma nota, de 1 (sem suporte emírico) a 5 (eficaz e específico), a depender do nível de eficácia.
A partir da análise das pesquisas científicas já realizadas, o Neurofeedback para TDAH recebeu nota 4 em eficácia. Os resultados em geral mostram redução no excesso de frequências de ondas muito lentas e aumento das frequências mais rápidas, associado a melhora da capacidade de concentração em testes específicos e nas medidas gerais de inteligência, além de melhor desempenho acadêmico.
Outros resultados mostraram que crianças em tratamento simultâneo com Neurofeedback e Ritalina puderam reduzir ou parar completamente a medicação após 30 sessões. Em outro estudo, crianças foram tratadas com medicação ou neurofeedback e medicação. Apenas as crianças tratadas neurofeedback mantiveram os ganhos dos tratamentos após o encerramento de ambos.
Tratamento com Neurofeedback
O tratamento com Neurofeedback é completamente natural e não-invasivo. Ou seja, o cliente não recebe nenhum tipo de irradiação elétrica ou magnética do equipamento. Também não há risco de choque. Eletrodos são colocados sobre o couro cabeludo, para a captação das emissões elétricas dos neurônios, que pulsam dentro do crânio. Por meio de cabos, estas informações elétricas são enviadas a um computador.
O computador decodifica estes sinais e os utiliza para produzir imagens semelhantes a um video-game. Este "video-game" mostra ao cliente, em tempo real, como está o funcionamento de seu cérebro - normalmente comparando a quantidade das ondas mais lentas (associadas aos sintomas do TDAH, que se deseja reduzir) em relação às ondas mais rápidas (que se deseja aumentar).
Conforme a quantidade de ondas lentas diminui e/ou as ondas mais rápidas aumentam, o cliente vai acumulando pontos, música e/ou movimento na tela. Com isto, por meio de um processo comportamental denominado reforçamento condicionado, o paciente começa a identificar e a alterar voluntariamente a freqüência das ondas cerebrais nas áreas ligadas ao controle voluntário da atenção, planejamento e auto-controle.
Os ganhos obtidos com o Neurofeedback são resultado de um processo de aprendizagem – a pessoa se torna, ao longo do tempo, capaz de focar e sustentar sua atenção, de forma voluntária e consistente.
Duração do tratamento
A duração do tratamento depende de cada caso. Normalmente, já se observam resultados após 10 a 15 sessões. Não se recomenda encerrar antes de 30 sessões, para garantir que os efeitos sejam duradouros. Em um caso comum de TDAH, o tratamento geralmente exige entre 30 a 45-60 sessões. Quando há urgência por resultados de curto prazo, o tratamento com Neurofeedback pode ser associado a medicamentos - que tem ação mais rápida. Com a associação ao tratamento com Neurofeedback, a medicação poderá ser gradativamente retirada, sem que os ganhos sejam perdidos.
Custo do tratamento com Neurofeedback
O IPDA oferece Neurofeedback com qualidade técnica de nível internacional por valores acessíveis, similares a um tratamento psicológico comum, com diversas opções de pacotes e parcelamento.
Link para o artigo original:
Neurofeedback em TDAH
Escrito por Cacilda Amorim, Diretora Clínica do IPDA
Neurofeedback em TDAH
Escrito por Cacilda Amorim, Diretora Clínica do IPDA
Os vídeos a seguir mostram casos de meninos com TDAH e que fizeram Neurofeedback.
Se você tem alguém na família que tem esse transtorno, assista também a esses dois vídeos!!!
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