Dr. Ladislav Kosc identificou a discalculia em 1974.
Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, a discalculia é uma dificuldade de aprendizagem relacionada à matemática.
Fonte: centrodefonoaudiologia.com
Afeta a capacidade da criança, adolescente ou adulto de compreender e manipular números. É um problema causado por má formação neurológica que se manifesta como uma dificuldade no aprendizado dos números. Essa dificuldade de aprendizagem não é causada por deficiência mental, má escolarização, déficits visuais ou auditivos e não tem nenhuma ligação com níveis de QI e inteligência.
Crianças portadoras de discalculia são incapazes de identificar sinais matemáticos, montar operações, classificar números, entender princípios de medida, seguir sequências, compreender conceitos matemáticos, relacionar o valor de moedas entre outros.
Segundo Johnson e Myklebust (1983), a criança com discalculia é incapaz de:
- Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;
- Conservar a quantidade, o que a impede de compreender que 1 quilo é igual a quatro pacotes de 250 gramas;
- Compreender os sinais de soma, subtração, divisão e multiplicação (+, –, ÷ e x);
- Sequenciar números, como, por exemplo, o que vem antes do 11 e depois do 15 (antecessor e sucessor);
- Classificar números;
- Montar operações;
- Entender os princípios de medida;
- Lembrar as seqüências dos passos para realizar as operações matemáticas;
- Estabelecer correspondência um a um, ou seja, não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras; e
- Contar através de cardinais e ordinais.
Ainda segundo os autores, os processos cognitivos envolvidos na
discalculia são:
- Dificuldade na memória de trabalho;
- Dificuldade de memória em tarefas não-verbais;
- Dificuldade na soletração de não-palavras (tarefa de escrita);
- Ausência de problemas fonológicos;
- Dificuldade na memória de trabalho que implica contagem;
- Dificuldade nas habilidades visuo-espaciais;
- Dificuldade nas habilidades psicomotoras e perceptivo-táteis.
Ladislav Kosc classificou a discalculia em seis tipos:
1) Verbal: dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações;
2) Practognóstica: dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens, matematicamente;
3) Léxica: dificuldades na leitura de símbolos matemáticos;
4) Gráfica: dificuldades na escrita de símbolos matemáticos;
5) Ideognóstica: dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos;
6) Operacional: dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.
Paula Louredo observa que, para o professor conseguir detectar a discalculia em seu aluno é imprescindível que ele esteja atento à trajetória da aprendizagem desse aluno, principalmente quando ele apresentar símbolos matemáticos malformados, demonstrar incapacidade de operar com quantidades numéricas, não reconhecer os sinais das operações, apresentar dificuldades na leitura de números e não conseguir localizar espacialmente a multiplicação e a divisão. Caso o transtorno não seja reconhecido a tempo, pode comprometer o desenvolvimento escolar da criança, que com medo de enfrentar novas experiências de aprendizagem adota comportamentos inadequados, tornando-se agressiva, apática ou desinteressada. O psicopedagogo é o profissional indicado no tratamento da discalculia, que é feito em parceria com a escola onde a criança estuda. Geralmente os professores desenvolvem atividades específicas com esse aluno, sem isolá-lo do restante da turma.
Você pode também assistir ao vídeo onde o neurologista, Dr. Paulo Kanda, fala sobre a discalculia:
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